Embora o número de mulheres no mundo corporativo tenha aumentado progressivamente a cada ano, ainda estamos distantes de alcançar a igualdade de gênero desejada.
A presença feminina no mercado de trabalho é algo relativamente recente, remontando à Revolução Industrial no início do século XIX. No entanto, o atual cenário empresarial está longe de ser equitativo e inclusivo.
Vivemos em uma época em que a diversidade e a inclusão são valorizadas, o que inclui o fortalecimento do papel das mulheres. No entanto, é importante questionar se as estratégias adotadas estão verdadeiramente alinhadas nesse contexto corporativo. Muito se fala sobre projetos para aumentar a representatividade feminina em posições de liderança, por exemplo, mas é necessário garantir que tais iniciativas sejam apoiadas por estratégias de inclusão bem definidas e implementadas.
Em 2020, a McKinsey & Co. conduziu uma pesquisa com mais de 1000 grandes empresas em mais de 15 países. O levantamento revelou que ainda há uma carência significativa de projetos de inclusão, mesmo entre empresas que estão avançadas na agenda da diversidade.
Nesse contexto, a busca pela igualdade de gênero no mercado de trabalho enfrenta desafios significativos. Embora a presença das mulheres tenha alcançado 54,5%, de acordo com uma pesquisa do IBGE realizada em 2019, esse número ainda está consideravelmente abaixo da presença masculina, que atingiu 73,7%. Além da diferença quantitativa, a desigualdade salarial, de cargos e de oportunidades de crescimento ainda são obstáculos relevantes nas organizações.
Diferença Salarial
Um estudo conduzido pelo IBGE revela que as mulheres recebem em média 79,5% do salário dos homens. Essa disparidade salarial também é refletida em cargos idênticos, com as mesmas funções e responsabilidades.
Cargos de Liderança
No que diz respeito aos cargos de liderança, no Brasil, a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, realizada pelo IBGE, demonstrou que, em 2019, as mulheres ocupavam apenas 37% dos cargos gerenciais e recebiam apenas 77% da remuneração dos homens ocupantes dessas posições de liderança.
Empregabilidade
No que se refere à empregabilidade, os dados do IBGE indicam que a taxa de desemprego das mulheres no Brasil atualmente é de 17%, enquanto a dos homens está em cerca de 11%. Além disso, os impactos da pandemia resultaram na exclusão do mercado de trabalho para mais da metade da população feminina com 14 anos ou mais.
Mulheres no poder!
A busca pela igualdade de gênero no mundo corporativo é um objetivo que requer ação imediata. De acordo com o Relatório do Fórum Econômico Mundial de setembro de 2021, ainda estamos a 136 anos de distância para alcançar a igualdade de gênero. No entanto, diante dessa realidade, é fundamental agir com urgência para antecipar esse prazo.
Cabe aos responsáveis em cada empresa desenvolver estratégias de diversidade de gênero, apoiadas em projetos de inclusão bem estruturados. Essas estratégias devem acelerar o avanço da carreira das mulheres, proporcionando-lhes oportunidades de alcançar posições de liderança. Vale ressaltar que a inclusão de mulheres em cargos de destaque também tem sido associada a resultados positivos para as empresas.
É necessário reconhecer que a igualdade de gênero não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma forma de promover o sucesso e a sustentabilidade das organizações. Portanto, é crucial adotar medidas concretas que promovam a igualdade de oportunidades e garantam um ambiente de trabalho inclusivo, onde as mulheres possam desenvolver todo o seu potencial e contribuir plenamente para o sucesso empresarial.
Fontes: