A Geração Z, composta por pessoas nascidas entre 1995 e 2015, está rapidamente se tornando uma parte significativa da força de trabalho. No entanto, em muitas reuniões de trabalho, é comum ouvir líderes de diversas áreas afirmando que essa geração parece desinteressada ou desengajada. Mas será que essa visão está correta?
Na verdade, a Geração Z cresceu em um mundo que mudou rapidamente, tanto em termos de tecnologia quanto de educação. Eles foram criados em um ambiente que valorizava a colaboração digital, o acesso rápido à informação e a necessidade de adaptação constante. Esse contexto moldou suas expectativas e comportamentos no ambiente de trabalho de maneira única, e é isso que as empresas precisam entender para gerenciar essa geração de forma eficaz.
O Impacto da Covid-19 na Geração Z
A pandemia da Covid-19 teve um impacto profundo e duradouro na Geração Z. Muitos que estavam apenas começando suas carreiras foram dispensados ou demitidos, enquanto outros, que ainda estavam na escola, foram subitamente confinados em suas casas. Algumas teses afirmam que o trauma vivido por essa geração será lembrado como um dos maiores desde a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial.
O isolamento forçado resultou na perda de interações diárias fundamentais para o desenvolvimento social e emocional dos jovens. Professores, amigos e clubes que os apoiavam durante a juventude desapareceram da noite para o dia. Essa interrupção abrupta nos rituais de passagem da adolescência, como a formatura e eventos esportivos, afetou profundamente a forma como a Geração Z experimenta o presente e enxerga o futuro.
1. Educação e Expectativa de Feedback Constante
Ao contrário das gerações anteriores, que experimentaram um modelo educacional mais tradicional e hierárquico, a Geração Z foi introduzida a um sistema de ensino que valoriza o aprendizado autônomo e o feedback imediato, principalmente por meio da tecnologia. Eles foram habituados a receber respostas rápidas e a resolver problemas em ambientes colaborativos. Quando entram no mercado de trabalho, esperam o mesmo nível de agilidade e suporte.
Pesquisas mostram que os jovens da Geração Z são movidos muito mais pelo reconhecimento e feedback constante do que por aumentos salariais. Para eles, saber que estão no caminho certo e ter a oportunidade de aprender continuamente é fundamental para o engajamento. Essa realidade traz implicações diretas para os líderes e profissionais de RH, que devem oferecer programas de desenvolvimento contínuo para manter esses talentos engajados.
Além disso, o desenvolvimento de habilidades vai além de conhecimentos técnicos. A transição para o mercado de trabalho foi abruptamente interrompida pela pandemia, e muitos jovens tiveram dificuldades em se adaptar. As empresas devem repensar seus programas de orientação, estendendo o suporte por mais tempo e oferecendo mentoria para facilitar o aprendizado contínuo e a adaptação desses jovens.
2. Não é Desinteresse, é Procura por Propósito
Um erro comum é a generalização de que a Geração Z não se interessa pelo trabalho. A realidade é que essa geração busca intencionalidade em tudo o que faz. Eles querem entender como seu trabalho está conectado ao impacto que a empresa tem no mundo. Esses jovens cresceram em meio a grandes desafios globais, como a crise climática e a pandemia, e isso influenciou diretamente a forma como enxergam o mundo e suas carreiras.
Se a empresa não consegue transmitir essa conexão com o propósito, é natural que eles pareçam desinteressados. Por outro lado, empresas que alinham suas metas aos valores da Geração Z, oferecendo um senso de significado em suas atividades, têm equipes altamente engajadas e inovadoras.
3. Estímulo à Inovação e Autonomia
A Geração Z também é extremamente criativa e inovadora. No entanto, precisam de autonomia para florescer. Desde cedo, foram ensinados a resolver problemas por conta própria, muitas vezes com a ajuda da tecnologia. Dê-lhes espaço para tomar decisões e assumir responsabilidades, além de envolvê-los em projetos onde possam experimentar novas ideias e aplicar sua criatividade. Isso também gera um forte senso de pertencimento.
Empresas que permitem essa liberdade tendem a ter não apenas maior engajamento, mas também resultados mais rápidos e inovadores.
4. Apoio à Saúde Mental e Bem-estar
A Geração Z cresceu em um mundo hiperconectado, o que traz grandes vantagens, mas também aumenta a pressão e a ansiedade. Pesquisas mostram que essa geração apresenta níveis elevados de ansiedade e estresse, exacerbados pela pandemia do coronavírus. Empresas que reconhecem essa realidade e investem em programas de apoio à saúde mental não apenas atraem, mas também retêm esses talentos.
Criar um ambiente que equilibre os desafios com o suporte emocional é essencial para garantir que esses jovens profissionais possam atingir seu potencial máximo. No processo de Recrutamento e Seleção, é crucial levar em consideração o bem-estar e a saúde mental como parte de uma estratégia de Atração e Retenção de Talentos de longo prazo.
5. Flexibilidade e Modelos de Trabalho Híbridos
Com o advento do trabalho remoto e híbrido, impulsionado pela pandemia, a Geração Z já espera esse tipo de flexibilidade. Eles foram educados em um sistema que precisou se adaptar ao digital e, agora, esperam que as empresas ofereçam essa mesma flexibilidade. Isso vai além de apenas trabalhar de casa — é sobre permitir que eles gerenciem suas próprias jornadas e escolham o ambiente onde sejam mais produtivos.
Empresas que promovem essa flexibilidade tendem a atrair e reter os melhores talentos dessa geração.
Compreender a Geração Z e adaptar-se às suas necessidades pode parecer um desafio para muitas empresas, mas aquelas que conseguem fazer essa transição terão uma força de trabalho mais engajada, inovadora e resiliente. Ao oferecer suporte emocional, flexibilidade e um ambiente onde o aprendizado contínuo e o propósito estão no centro, sua empresa não só irá atrair os melhores talentos, mas também construir um time comprometido com o sucesso de longo prazo. A Geração Z traz consigo uma nova perspectiva, e as empresas que se abrirem e adaptarem a essa mudança, serão também melhores posicionadas para crescer em meio a tantas transformações que ainda estão por vir.
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