Principais empresas brasileiras do setor de bebidas alcoólicas
O Brasil possui um mercado de bebidas alcoólicas amplamente dominado por três grandes grupos cervejeiros: Ambev, Heineken Brasil e Grupo Petrópolis. Juntas, essas três empresas concentram cerca de 95% do mercado de cerveja no país, ficando a Ambev na liderança com quase 60% de participação, seguida pela Heineken (aproximadamente 24%) e pelo Grupo Petrópolis (cerca de 11%). A Ambev – subsidiária da AB InBev – é responsável por marcas de cerveja populares (Skol, Brahma, Antarctica, entre outras) e lidera com folga o segmento, tendo registrado lucro líquido ajustado de R$ 5 bilhões no 4º trimestre de 2025. A Heineken Brasil consolidou-se como segunda maior cervejaria após adquirir a Brasil Kirin (Schincariol), detendo cerca de 20% do mercado. Já o Grupo Petrópolis, de capital nacional e produtor da Itaipava, Petra e outras, ocupa o terceiro lugar com cerca de 13% do mercado – sendo a maior cervejaria brasileira fora do controle de multinacionais.
Embora o setor de destilados seja mais fragmentado, destacam-se no mercado brasileiro filiais de multinacionais como Diageo (Ypióca, Johnnie Walker, Smirnoff), Pernod Ricard (Absolut, Ballantine’s) e produtores locais de cachaça tradicionais. Entretanto, a crise recente atingiu principalmente bebidas destiladas de produção clandestina, o que acabou afetando todo o segmento pela queda na confiança do consumidor, como veremos adiante.
Maiores empresas na distribuição de etanol e combustíveis
No segmento de combustíveis e etanol, o mercado brasileiro também é concentrado em grandes distribuidoras. As principais são: Vibra Energia (antiga BR Distribuidora, desvinculada da Petrobras), Ipiranga (do Grupo Ultra/Ultrapar) e Raízen (joint venture entre Cosan e Shell). A Vibra detém a maior rede de postos (bandeira BR/Petrobras) e lidera em participação de mercado, respondendo por cerca de 24% das vendas de gasolina no país em 2023. A Ipiranga, por sua vez, é a maior distribuidora privada, com aproximadamente 18,5% de participação no mercado de combustíveis – possuindo mais de 6.500 postos em todo o Brasil. Já a Raízen, que opera a marca Shell, aparece próxima com cerca de 17% do mercado de combustíveis, além de destaque no etanol: é líder na comercialização de etanol hidratado, com cerca de 19% de share.
Importante ressaltar que a Raízen é hoje a maior empresa do setor sucroenergético nacional – principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e grande exportadora do biocombustível. A companhia atua de forma integrada, desde a produção de açúcar e etanol até a distribuição de combustíveis (nos postos Shell), o que lhe conferiu faturamento de R$ 220 bilhões em 2023. As gigantes Vibra, Ipiranga e Raízen formam, portanto, o núcleo do mercado formal de combustíveis, operando sob regulação da ANP e disputando espaço com distribuidoras regionais e, infelizmente, com esquemas ilícitos de adulteração e sonegação que também permeiam o setor.
Impactos da crise de contaminação por metanol no curto e médio prazo
Em setembro e outubro de 2025, o Brasil vivenciou um surto de intoxicações por metanol associado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Falsificadores adicionaram metanol – solvente altamente tóxico – em destilados clandestinos, resultando em dezenas de casos de envenenamento e pelo menos três mortes confirmadas nos primeiros dias da crise. O governo federal emitiu alerta nacional em 30 de setembro de 2025 e, no início de outubro, a chamada “crise do metanol” já tinha proporção nacional, gerando apreensão na população e redução no consumo de bebidas alcoólicas de modo geral. Essa situação, embora causada por produtos ilegais, trouxe efeitos colaterais significativos tanto para o setor de bebidas quanto para o setor de combustíveis, em diferentes horizontes temporais:
– Efeitos no setor de bebidas alcoólicas
Curto prazo: Imediatamente após a divulgação dos casos, observou-se uma mudança brusca no comportamento do consumidor. Houve hesitação generalizada em relação a consumir destilados (bebidas “quentes” como vodcas, uísques, licores e cachaças), com muitos optando por abstinência ou substituição por bebidas consideradas mais seguras, como cerveja, chope, vinho ou até não alcoólicas. Em Curitiba, por exemplo, bares reportaram uma queda de 30% nas vendas de destilados, enquanto as vendas de cerveja, chope e vinhos aumentaram 40% no mesmo período. Essa migração para produtos de fabricantes estabelecidos – já que até o momento nenhum caso envolveu contaminação em cervejas ou vinhos de grandes marcas – beneficiou parcialmente empresas como Ambev, Heineken e outras cervejarias, que viram a demanda por seus produtos crescer em substituição às bebidas “batizadas”. Por outro lado, estabelecimentos fortemente dependentes de coquetéis e destilados sofreram: em São Paulo, metade dos bares registrou queda no faturamento no primeiro fim de semana após a explosão do caso, sobretudo aqueles cuja receita vinha majoritariamente de drinks com destilados. Ainda assim, 85% dos empresários relataram que a preocupação dos clientes foi pontual e sob controle – ou seja, as pessoas não deixaram de frequentar bares, mas passaram a evitar bebidas de origem duvidosa, preferindo marcas conhecidas, cervejas, vinhos e opções sem álcool.
Para as grandes indústrias de bebidas, o impacto imediato no mercado doméstico foi de alerta e volatilidade. Apesar das cervejarias ganharem algum fôlego com a migração dos consumidores, o clima de medo geral reduziu o consumo de álcool em eventos e festas no curto prazo. As ações da Ambev chegaram a recuar cerca de 5-6% na B3 durante o pico da crise, com investidores receosos sobre uma possível queda nas vendas gerais de bebidas. Entre 19 de setembro (logo após a primeira morte reportada) e 2 de outubro, a Ambev perdeu aproximadamente R$ 9,3 a R$ 9,6 bilhões em valor de mercado, refletindo as expectativas negativas. Analistas ponderaram, contudo, que o “ruído” do metanol tende a ser temporário e concentrado nos destilados ilegais, não alterando drasticamente os fundamentos das grandes empresas cervejeiras. De fato, já se especulava até que a crise poderia beneficiar a Ambev no mix de vendas, caso consumidores de destilados migrassem definitivamente para a cerveja. Ainda assim, a curto prazo, prevaleceu certa cautela nas projeções de resultados do 4º trimestre de 2025 para Ambev e Heineken, dado que o medo do metanol coincidiu com um cenário já desafiador (queda de produção de bebidas em agosto e fatores climáticos adversos reduzindo o consumo).
Médio prazo: À medida que as autoridades reforçam a fiscalização e a origem dos casos se esclarece, a tendência é de normalização gradual do consumo, porém acompanhada de mudanças estruturais positivas. No setor de destilados, espera-se um esforço conjunto das grandes fabricantes e do governo para recuperar a confiança do consumidor. Campanhas de conscientização sobre consumo responsável e combate à falsificação devem ganhar força – inclusive associações setoriais já apontam que 1 em cada 5 garrafas de vodca ou uísque vendidas no Brasil é falsificada, um índice alarmante que a crise tornou público. Deve haver investimento em selos de autenticidade, rastreabilidade e educação do consumidor para diferenciar produtos legais de ilícitos. Com a repressão aos esquemas clandestinos, projeta-se que parte do mercado hoje atendido por bebidas piratas (estimado em até 36% do volume de destilados) seja reconquistado pelas empresas formais – o que no médio prazo pode impulsionar as vendas das indústrias oficiais. Ou seja, ironicamente, a crise pode levar a um legado de maior fiscalização e redução da concorrência desleal, beneficiando os fabricantes legítimos após o período turbulento.
Por outro lado, casos prolongados de desconfiança podem deixar marcas. Se novas ocorrências surgirem ou a comunicação falhar, os hábitos de consumo podem se alterar de forma mais permanente – por exemplo, com parte dos consumidores mantendo preferência por cerveja/vinho e evitando destilados, ou aderindo mais a bebidas zero álcool por segurança. As empresas de destilados premium (multinacionais como Diageo, Pernod etc.) precisarão trabalhar para reafirmar a qualidade e procedência de seus produtos aos clientes. No geral, espera-se que o último trimestre de 2025 sofra impacto modesto nas vendas totais de bebidas alcoólicas, mas com mudanças no mix (destilados em leve queda, cerveja/vinho em alta). Já em 2026, caso a crise seja debelada, o setor pode se recuperar totalmente, agora com um mercado ilegal menor e consumidores mais cautelosos porém confiantes nos produtos das grandes marcas.
– Efeitos no setor de combustíveis (etanol e gasolina)
Embora a crise do metanol tenha sido detonada por bebidas adulteradas, ela expôs uma ligação direta com o setor de combustíveis que traz impactos colaterais importantes. Investigações revelaram que o metanol usado pelos falsificadores de bebidas possivelmente é o mesmo importado ilegalmente pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) para fraudar combustíveis. Poucas semanas antes do surto, uma megaoperação policial havia desmantelado um esquema bilionário de adulteração de gasolina e etanol: metanol entrava irregularmente no país (pelo Porto de Paranaguá) sob fachada de uso industrial, mas era desviado para postos de combustível, misturado em proporções muito acima do limite de 0,5% permitido pela ANP. Com o fechamento de distribuidoras e formuladoras clandestinas ligadas ao crime organizado, os criminosos teriam ficado com estoques de metanol “encalhados” – levando-os a revender essa substância para quadrilhas de falsificação de bebidas, gerando a crise na saúde pública.
Curto prazo: A revelação desse elo mostrou que a adulteração de combustíveis não é apenas um problema econômico, mas também um risco à saúde pública de forma indireta. No imediato, a imagem do setor de combustíveis – principalmente de postos bandeira branca e fornecedores menos conhecidos – pode sofrer abalo, já que a população tomou ciência de que gasolina adulterada com metanol circulou em postos de 10 estados nos últimos anos e financiou atividades criminosas. Contudo, para as grandes empresas como Raízen/Shell, Ipiranga e Vibra, o efeito tende a ser mais regulatório do que mercadológico. Ou seja, haverá um escrutínio ainda maior das autoridades sobre a qualidade dos combustíveis vendidos e sobre a cadeia de fornecimento. A ANP intensificou as inspeções: somente em 2023, os autos de infração por adulteração de combustível bateram recorde (187 infrações, +73% vs 2022). As distribuidoras sérias terão de colaborar ativamente com governo e polícia para rastrear possíveis rotas de metanol ilegal, evitando que isso retorne ao mercado de combustíveis ou bebidas. No curto prazo, isso implica custos adicionais de compliance e testes de qualidade para as empresas (mais análises laboratoriais de combustível, certificação de origem dos insumos, etc.), mas também uma oportunidade de ganho de confiança: consumidores tendem a privilegiar abastecer em postos de bandeira confiável, justamente para evitar gasolina batizada. Com a mídia divulgando amplamente a repressão aos postos adulterados, pode haver uma migração de clientes para as redes grandes (Shell, Ipiranga, BR), aumentando o volume vendido por essas no curto prazo, já que postos independentes suspeitos serão evitados.
Médio prazo: A longo das próximas safras e ciclos de consumo, o impacto mais relevante será econômico e estrutural. Estimativas do Instituto Combustível Legal e da FGV já apontavam que fraudes e irregularidades no setor de combustíveis causam prejuízo de R$ 23 a R$ 30 bilhões por ano à economia formal, entre sonegação de impostos e perdas operacionais por adulteração. Com a grande operação de 2025 e a atenção redobrada pós-crise do metanol, espera-se reduzir a fatia de mercado dos esquemas ilegais, permitindo que as distribuidoras idôneas reconquistem vendas. De fato, entre 2020 e 2024, o crime organizado movimentou mais de R$ 50 bilhões em combustíveis adulterados; se essa torneira for fechada, distribuidoras como Raízen e Vibra podem ver um aumento de demanda genuína. Além disso, novas regulamentações podem surgir: o governo discute retomar mecanismos de controle como o SICOBE (Sistema de Controle de Produção de Bebidas, análogo para bebidas) para combustíveis, e implementar rastreamento mais rigoroso de produtos químicos como o metanol para evitar desvio. Tais medidas elevarão a barreira de entrada para atores ilegais e podem melhorar a competitividade das empresas sérias no médio prazo.
Em contrapartida, as empresas estabelecidas terão de se adaptar a custos maiores de conformidade e possíveis mudanças tributárias. A sonegação no setor de combustíveis envolve também “devedores contumazes” (empresas que sonegam e acumulam dívidas fiscais deliberadamente) – uma prática que somou R$ 65 bilhões em dívidas ativas de ICMS não pagas por distribuidoras falsas. O combate a isso pode levar governos a apertar cobrança e fiscalização, exigindo das distribuidoras uma diligência extra na cadeia. No médio prazo, porém, o cenário é de um setor mais saudável e seguro, em que tanto consumidores quanto investidores confiam mais na qualidade do produto fornecido pelas marcas líderes. Vale notar que, diferentemente do abalo no consumo enfrentado pelas bebidas, no caso dos combustíveis o consumo não diminuiu – veículos continuam precisando rodar –; o que muda é a origem das vendas (saindo do ilegal para o legal) e a percepção de qualidade. Em resumo, a crise revelou fragilidades, mas catalisou ajustes que podem fortalecer as grandes distribuidoras de combustível futuramente.
Impactos sobre empregabilidade, segurança, rotatividade e reputação nas empresas
Crises como a do metanol geram efeitos que vão além dos números de vendas – elas também afetam as pessoas e a imagem corporativa das organizações envolvidas direta ou indiretamente. No contexto atual, podemos identificar implicações nas seguintes dimensões:
- Empregabilidade e mercado de trabalho: Num primeiro momento, empresas de bebidas podem adotar congelamento de contratações ou redirecionamento de investimentos, à espera de estabilização do consumo. Se a produção de destilados cai, fábricas podem operar com capacidade ociosa, retardando planos de expansão de pessoal. Pequenos fabricantes envolvidos em irregularidades possivelmente fecham as portas, gerando perda imediata de empregos no mercado ilegal (embora essa migração para a formalidade seja desejável no longo prazo). Por outro lado, grandes cervejarias que aumentaram a produção para suprir a demanda substituta de cerveja/vinho poderiam abrir turnos extras ou temporários, amenizando o impacto no emprego industrial. No setor de combustíveis, a desarticulação de mais de mil postos fraudadores e distribuidoras fantasmas deve eliminar postos de trabalho ilícitos, mas favorece as redes oficiais – que podem até contratar mais frentistas, motoristas e pessoal logístico para atender o incremento de volume. Assim, no agregado, a crise pode provocar realocação de empregos do setor informal para o formal. Em termos de empregabilidade futura, empresas que gerirem bem a crise (transparência, qualidade assegurada) tendem a manter sua atratividade como empregadoras, enquanto aquelas manchadas por escândalos podem enfrentar maior dificuldade para recrutar talentos qualificados, ao menos no curto prazo.
- Segurança e saúde ocupacional: A contaminação por metanol acendeu um alerta sobre protocolos de segurança em toda a cadeia produtiva. Empresas de bebidas irão reforçar controles de qualidade, rastreamento de insumos e treinamento de funcionários para identificar qualquer adulteração – ampliando investimentos em laboratório, EPI e procedimentos internos. Os colaboradores destas indústrias podem se sentir mais seguros sabendo que a empresa está vigilante, porém também enfrentarão maior rigor e pressão para cumprimento de normas (afinal, qualquer falha de QA pode ser catastrófica à marca). No setor de distribuição de combustíveis, questões de segurança envolvem manuseio e transporte: o metanol é inflamável e tóxico; felizmente, as grandes distribuidoras já operam com elevados padrões de HSE (Health, Safety, Environment). Ainda assim, deve-se exigir atenção redobrada dos motoristas e operadores de terminais para evitar contato indevido com substâncias químicas perigosas. A crise também ressaltou a importância de segurança do produto – tanto para consumidores quanto para funcionários das empresas, que se tornam garantes dessa segurança. Podemos esperar ainda uma colaboração maior com autoridades de saúde (por exemplo, treinamento de equipes para reconhecer sintomas de intoxicação em clientes ou colegas, criando uma cultura de cuidado além do usual).
- Rotatividade e clima organizacional: Momentos de crise costumam testar a lealdade dos funcionários e o engajamento com a empresa. Por um lado, trabalhadores podem sentir insegurança sobre a estabilidade do negócio – especialmente se virem notícias negativas ou ações caindo – o que pode aumentar pedidos de demissão voluntária em busca de empregadores “mais estáveis”. Por outro lado, muitas empresas adotam medidas para reter talentos durante crises, como comunicar com transparência, garantir que não haverá demissões em massa e envolver a equipe nos esforços de solução. No caso da Ambev, por exemplo, a crise do metanol não foi causada por ela – e a liderança enfatizou isso internamente, reforçando o orgulho na qualidade dos produtos e convertendo os funcionários em embaixadores da segurança do consumidor. Esse tipo de postura pode reduzir a rotatividade, pois os colaboradores se sentem parte da resposta positiva. Já empresas menores que eventualmente estejam implicadas (por negligência ou concorrência com o ilegal) podem enfrentar aumento de turnover, seja por demissões necessárias (se houver queda prolongada nas vendas de certos produtos, cortes podem ocorrer) ou por perda de confiança dos empregados. Em síntese, a rotatividade vai depender de como cada empresa conduz sua gestão de pessoas na crise: aquelas que apoiarem suas equipes e mostrarem perspectiva de futuro tendem a reter talentos, enquanto ambientes de pânico ou culpabilização podem ver mais saídas.
- Reputação corporativa: Este talvez seja o aspecto de efeito mais amplo e duradouro. A imagem das empresas relacionadas ao álcool foi colocada em escrutínio público. Felizmente, as grandes fabricantes de bebidas (Ambev, Heineken etc.) não tiveram responsabilidade direta pelos casos – pelo contrário, têm colaborado com autoridades para identificar falsificadores e divulgado ao público orientações para verificar autenticidade das bebidas. Ainda assim, há um dano difuso: consumidores podem ter ficado mais desconfiados de determinadas marcas ou categorias de produto. Se, por exemplo, uma garrafa falsificada usava rótulo de uma marca conhecida, essa marca precisará trabalhar para se desvincular do episódio (mostrando como identificar selo fiscal, lote, etc.). A percepção de qualidade dos produtos nacionais também sofre – em imprensa internacional chegou-se a noticiar “pânico no Brasil” e bares vazios, afetando a reputação do setor de bebidas brasileiro como um todo. As empresas de combustíveis, por sua vez, lidam com uma reputação historicamente combalida por fraudes recorrentes. A revelação do uso criminoso de metanol reforça a necessidade de reconstruir a confiança do público de que ao abastecer num posto de rede confiável, ele não está sendo lesado. Marcas como Ipiranga e Shell podem aproveitar para enfatizar suas campanhas de “combustível garantido e testado”, tentando diferenciar-se claramente dos pontos de venda irregulares. No médio prazo, espera-se que empresas que demonstrarem comprometimento verdadeiro com soluções (p. ex., investimento em tecnologias anti-fraude, apoio a novas legislações, indenização rápida de clientes prejudicados) saiam com reputação reforçada, por terem “feito a coisa certa” numa crise. Em contraste, qualquer empresa que seja percebida como conivente ou leniente com práticas ilícitas sofrerá erosão de marca. Vale citar que o dano reputacional pode impactar não apenas clientes, mas investidores e talentos: ações de empresas com imagem abalada tendem a valer menos, e profissionais qualificados pensarão duas vezes antes de associar suas carreiras a companhias envolvidas em escândalos. Portanto, proteger a reputação via ações concretas e comunicação eficiente é fundamental para a sobrevivência após a tempestade.
Como a RPO Solutions pode apoiar empresas durante momentos críticos
Frente a crises dessa natureza – que demandam respostas ágeis tanto na gestão do negócio quanto das pessoas – a RPO Solutions se posiciona como parceira estratégica, oferecendo serviços de Recrutamento e Seleção sob medida para auxiliar empresas a navegar por períodos turbulentos. Em situações críticas, muitas vezes é necessário reforçar o time rapidamente, preencher lacunas emergenciais ou mesmo contar com expertise externa para gerir o aumento de demanda em RH. Abaixo estão algumas formas pelas quais a RPO Solutions pode contribuir para mitigar impactos e manter a continuidade operacional:
- Recrutamento pontual e especializado: Durante uma crise, as empresas podem identificar necessidades imediatas de contratação – seja de talentos especializados (por exemplo, um consultor em compliance sanitário, profissionais de qualidade, ou um gerente de comunicação de crise) ou de mão de obra temporária para suprir aumentos repentinos de produção (como um acréscimo na fabricação de cerveja ou nas operações logísticas para substituir fornecedores interditados). A RPO Solutions oferece a agilidade de um recrutamento sob demanda: atuamos rapidamente para encontrar, avaliar e apresentar candidatos qualificados em tempo recorde, reduzindo o tempo de contratação em até 30-50% em comparação ao recrutamento tradicional. Isso significa que a empresa consegue preencher posições críticas em semanas ou dias, garantindo que não faltem competências-chave no momento em que mais precisa. Além disso, por sermos especialistas em diversas áreas, conseguimos acessar talentos passivos e bases de dados atualizadas, trazendo profissionais alinhados aos requisitos específicos da crise (seja um técnico de laboratório para reforçar controles anti-adulteração ou motoristas extras com certificação de transporte de químicos, por exemplo).
- Apoio emergencial na triagem de talentos: Crises também podem gerar movimentações internas e externas de pessoal – aumento de candidatos buscando vagas (exemplo: se um concorrente fecha, muitos profissionais ficam disponíveis), necessidade de remanejar equipes ou selecionar colaboradores para novas funções (como montar uma força-tarefa interna para gestão da crise). Nessas horas, o volume de currículos e a urgência podem sobrecarregar o RH da empresa. A RPO Solutions disponibiliza equipes de triagem e seleção em regime emergencial, capazes de entrar em ação imediatamente para filtrar candidatos, realizar entrevistas rápidas e priorizar os perfis mais adequados. Por meio de metodologias ágeis e tecnologia (ferramentas de seleção com IA, entrevistas virtuais, etc.), conseguimos lidar com um grande volume de candidatos em pouco tempo, sem perder a qualidade. Isso é essencial, por exemplo, se uma empresa precisa contratar 50 profissionais temporários para uma linha de produção extra dentro de poucos dias – nosso time pode coordenar esse recrutamento relâmpago, garantindo que apenas os candidatos já pré-qualificados e aderentes cheguem às etapas finais com o gestor. Assim, a empresa ganha velocidade sem comprometer a assertividade na escolha, mantendo sua operação bem servida de pessoas competentes mesmo sob pressão.
- Alocação temporária de profissionais de RH/RPO para crises: Muitas organizações descobrem que, em momentos de crise, seu departamento de Recursos Humanos também fica em “estado de crise” – lidando com comunicação intensa aos funcionários, dúvidas sobre segurança, ajustes trabalhistas, possíveis afastamentos por saúde ou stress, entre outros desafios. Para evitar que o RH interno colapse ou que atividades críticas (como folha de pagamento, recrutamentos em andamento, treinamentos obrigatórios) sejam interrompidas, a RPO Solutions oferece o serviço de alocação de profissionais de RH experientes in loco. Isso significa que destacamos um ou mais consultores de RH/RPO para atuar dentro da empresa, como parte do time, pelo período que for necessário. Esses profissionais podem assumir demandas específicas, como conduzir os recrutamentos enquanto a equipe interna foca na crise, ou gerir um projeto de comunicação interna emergencial. A alocação de um especialista externo traz não só mão de obra extra para repartir o fardo, mas também uma visão de quem já enfrentou situações semelhantes em outros clientes, agregando boas práticas. Importante: essa alocação é flexível e estratégica – por exemplo, podemos alocar alguém por 3 meses até a situação estabilizar, sem a empresa precisar criar uma vaga fixa. Estudos mostram que 80% das empresas brasileiras já terceirizam algum serviço e veem na terceirização uma vantagem estratégica em cenários de necessidade variável. No caso de funções de RH, ter um parceiro de confiança para prover um “RH extra” temporário significa resiliência organizacional: a companhia atravessa a turbulência mantendo seus processos de gente em dia e suas equipes assistidas, evitando queda de moral ou perda de eficiência por falta de atenção às pessoas.
Em suma, a RPO Solutions se apresenta como um apoio especializado para momentos críticos, possibilitando que as empresas de qualquer segmento – bebidas, combustíveis ou outros – redimensionem rapidamente sua capacidade de recrutamento e gestão de pessoas. Com nossas soluções, os clientes ganham agilidade, expertise e alívio operacional exatamente quando mais necessitam, seja para contratar talentos urgentes, seja para garantir que o capital humano atual permaneça engajado e produtivo. Assim, ajudamos organizações a manter a continuidade do negócio e proteger sua reputação, enquanto elas concentram esforços em resolver os desafios técnicos e estratégicos da crise. Nossa experiência em RPO mostra que, com as pessoas certas nos lugares certos e no timing certo, até mesmo as crises mais complexas podem ser superadas com menos trauma e com sólidos caminhos para a recuperação.