A rotatividade de pessoas impacta o financeiro da empresa e pode até indicar problemas internos que precisam ser solucionados
A gestão de funcionários é um dos maiores problemas gerenciais dos empresários brasileiros. Esse dado foi coletado de um estudo de 2016, realizado pela Endeavor, organização de incentivo ao empreendedorismo.
O turnover indica a rotatividade de pessoas colaboradoras dentro de uma empresa, e é uma métrica fundamental para equipes de RH. Ter bons profissionais é uma grande vantagem competitiva, e a quantidade de pessoas que gira na sua empresa em um determinado período de tempo é um importante indicador de que a estratégia e prática de pessoas não estão funcionando.
Realizar a gestão do turnover é fundamental
Existe sim um índice natural de rotatividade, mas quando este número cresce, é preciso realizar uma criteriosa análise interna para identificar um problema.
Perder profissionais também implica na perda de uma pessoa com vivência da rotina e compreensão dos processos internos da sua empresa. É aí que começamos a refletir sobre os custos que vão além dos financeiros.
Impactos do turnover
- Multa por desligamento. Se o contrato for CLT, há necessidade de pagar multa de 50% em relação ao FGTS – 40% vai para o profissional e 10% para o governo.
- Acerto das demais obrigações da empresa. É preciso quitar todas as obrigações com a pessoa colaboradora, como décimo terceiro e férias proporcionais, por exemplo.
- Processo demissional. Essa etapa é fundamental para a experiência da pessoa com a sua empresa. Para realizar essa etapa com a devida importância, os principais envolvidos dispensam um tempo importante que poderiam estar trabalhando pelo objetivo macro da estratégia geral da organização. À medida que se repete continuamente, o tempo investido pode impactar até mesmo os resultados da empresa.
- Seleção, contratação e adaptação da nova pessoa contratada. É necessário seguir com todo o processo de Atração de talentos, contratação, onboarding e tempo de maturação até que a nova pessoa contratada desempenhe plenamente a função a que foi destinada.
Quais os tipos de turnover?
Podemos classificar o turnover em, pelo menos, 4 tipos:
Funcional – quando a pessoa de baixo desempenho pede demissão
Disfuncional – quando a pessoa de alto desempenho pede demissão
Voluntário – quando a pessoa pede desligamento
Involuntário – quando a pessoa é desligada
Cada tipo de turnover precisa ser avaliado para tomar as devidas providências de desligamento. A saída da pessoa colaboradora é a parte final da sua jornada dentro de uma empresa, e impacta diretamente a sua estratégia de marca empregadora.
Dicas para o processo de offboarding
É preciso tomar conta da nossa gente para que elas possam tomar conta dos nossos clientes. Por isso, o olhar na experiência da pessoa colaboradora de uma empresa deve ser atento do início ao fim de sua jornada.
- Ofereça uma boa experiência, inclusive na sua saída e independente das condições também faz parte do processo de marca empregadora. Isso impacta diretamente em como essa pessoa vai falar sobre a sua empresa no mercado.
- Deixe as questões práticas e burocráticas padronizadas, a fim de de mitigar erro ou atraso no envio de documentações, e até diminuir as chances de algum processo trabalhista.
- Trabalhe bem o feedback e esclarecimento sobre o desligamento. É uma questão fundamental, e uma entrevista com a pessoa que está sendo desligada traz à tona alguns problemas que a empresa possa vir a melhorar em algum aspecto.
- Entenda a importância de deixar as portas abertas de acordo com o motivo do desligamento. Afinal, um ex-funcionário pode virar um novo cliente, ou ainda, pode voltar a trabalhar para a empresa em uma oportunidade futura.
Sair de uma organização não precisa ser visto como o fim do relacionamento com um ex-funcionário. Muitas vezes, é uma evolução natural da carreira de um funcionário que, quem sabe, poderá potencialmente levá-lo de volta à sua empresa em algum momento.