Diversidade: por que e como promovê-la na sua empresa

O mundo corporativo tem conferido um destaque crescente para estratégias que promovam a Diversidade. Um olhar cético poderia concluir que se trata apenas de buscar uma melhor imagem social para a empresa, sem outros efeitos no seu business. A questão, no entanto, vai muito além disso.

Mais do que um impacto positivo externo, voltado para a percepção social da marca, contar com um quadro de funcionários com maior Diversidade produz um impacto positivo interno, que se reflete na estrutura e na operação da empresa. Mas para entender como isso acontece, é necessário esclarecer o conceito de Diversidade.

DIVERSIDADE

Em primeiro lugar, é importante lembrar que, no campo organizacional, Diversidade é um valor que não existe sozinho, já que só pode ser promovido em associação com outros dois: Equidade e Inclusão.

A sigla DEI – Diversidade, Equidade e Inclusão – compreende um conjunto de elementos essenciais para a transformação do ambiente de trabalho.

Nesse contexto, Diversidade se refere à presença na empresa dos diferentes grupos de pessoas que compõem a sociedade, abrangendo distintas gerações, culturas, etnias, gêneros e assim por diante.

Sendo feitas por pessoas, todas as empresas possuem no seu quadro de funcionários algum nível de representatividade, que pode ser revelada a partir da identificação dos distintos grupos de afinidade (ERG) existentes.

Quando se fala em promover a Diversidade no ambiente corporativo, porém, o que se busca é aumentar a participação dos grupos minoritários ou sub-representados, como pessoas pretas, mulheres, PcDs. Mas, afinal, quais são os benefícios da Diversidade nas organizações?

BENEFÍCIOS

O primeiro benefício lembrado quando se fala em estimular a Diversidade nas empresas é também o que levanta mais ceticismo: a promoção de uma sociedade menos desigual.

É claro que os abismos sociais tendem a se reduzir com o aumento da representatividade nas empresas, já que pessoas de grupos historicamente excluídos passam a contar com mais oportunidades.

Por si só, esse efeito traz um retorno positivo para a imagem da marca, sobretudo em tempos de redes sociais, em que as aparências são convertidas em valores tangíveis.

Mas os benefícios vão muito além da retórica e da reputação. Confira alguns dos desdobramentos mais relevantes:

1 – Ambiente de trabalho mais saudável

A Diversidade demonstra que a empresa aceita as pessoas como elas são. Essa mensagem transmite segurança emocional aos colaboradores, favorecendo sua produtividade e reduzindo os índices de conflitos.

Segurança emocional é um dos fatores mais relevantes para o desempenho profissional, porque confere a estabilidade psicológica para que o colaborador saia da sua zona de conforto, experimente desafios, desenvolva novas habilidades e inclusive questione alguns processos internos.

2 – Renovação e inovação

Com funcionários mais seguros para assumir riscos e propor novas soluções, os gestores podem contar com um repertório diferenciado de estratégias para lidar com as adversidades do mercado.

Pessoas de grupos minoritários ou marginalizados necessitam desenvolver formas de resistência e adaptação originais ao longo de suas histórias.

Isso contribui com recursos e ferramentais valiosíssimos para a corporação, que pode se valer deles para trazer renovação aos seus processos e levar inovações ao negócio.

3 – Atração e retenção de talentos

Uma organização com ampla diversidade, um ambiente saudável e perfil inovador conta com um potencial para atração de talentos muito superior.

A própria cultura da empresa se torna um ativo do negócio, e esse diferencial ajuda a selecionar profissionais com perfil mais exigente, maduro e engajado, que se dispõem a contribuir mais para o desenvolvimento da companhia.

Uma vez integrados nesse ambiente, a valorização das diferenças é um fator que estimula o fortalecimento dos vínculos dentro da organização, contribuindo também para a retenção desses novos talentos e a consequente redução da rotatividade.

4 – Melhores resultados

Dispondo de um ambiente mais estimulante e inovador, formado por profissionais mais seguros e produtivos, é natural que os processos e resultados da companhia experimentem uma tendência positiva.

Assim, a soma dos fatores internos e externos, combinados a uma percepção social de maior valor e prestígio, dotam a empresa de melhores condições para performar e crescer.

ETAPAS

De nada adianta reconhecer a importância da Diversidade no mundo corporativo se não soubermos como implementá-la. Para isso, algumas etapas são primordiais, o e papel do departamento de Recursos Humanos é indispensável.

Veja abaixo uma lista com 5 aspectos cruciais a se considerar para a promoção da Diversidade na empresa:

1 – Conheça seu público

No caso, seu público interno. Conhecer a demografia organizacional é o primeiro passo para estimular a Diversidade na organização.

Para isso, deve ser realizado um diagnóstico com o intuito de entender como a questão da Diversidade é pensada pelos colaboradores, e como ela se reflete no quadro de funcionários da empresa.

Um bom começo é identificar e ouvir os grupos de afinidades (ERGs) da companhia, abrindo espaço para a fala sem reserva das pessoas.

Esse exame situacional permite um planejamento de ações mais objetivo, com foco na mudança das percepções e definição das práticas internas necessárias.

2 – Metas de Diversidade

Como disse Lewis Carroll, “Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. Do mesmo modo, para se alcançar a Diversidade, é preciso saber os caminhos que conduzem a ela, e um bom começo é traçar metas.

Por exemplo: 50% dos funcionários vão representar grupos que foram historicamente excluídos, e, desse total, 25% serão pessoas pretas. Isso permite estabelecer indicadores, monitorar o processo, mensurar os resultados, gerenciar seu desenvolvimento e realizar um permanente aprimoramento das medidas.

Uma boa ferramenta nesse sentido pode ser a criação de Comitês de Diversidade multidisciplinares, formados por pessoas de diferentes departamentos (como RH, Comunicação, Jurídico, além dos gestores) que se disponham a enriquecer as discussões e decisões.

3 – Normas escritas

O ideal é que as Metas de Diversidade não sejam apenas quantitativas, mas também qualitativas. Elas devem definir os grupos de representatividade visados e as políticas que a corporação estabelecerá em relação a eles.

Assim, é importante que essas normas sejam organizadas em um documento escrito, registrando o código de conduta adotado e o pacto assumido pelos colaboradores.

Com base nesse documento, fica mais fácil cobrar a responsabilidade dos funcionários e realizar um acompanhamento contínuo da cultura organizacional, observando sua aplicação nos diferentes níveis e processos internos, incluindo o recrutamento, seleção, contratação, promoção e assim por diante.

Esse acompanhamento contínuo e transversal fortalece a consolidação das novas políticas de Diversidade, evitando que os preconceitos voltem a se infiltrar na cultura da empresa e distorçam a iniciativa.

4 – Capacitação interna

Após definir as metas e políticas da organização em relação à Diversidade, deve-se assegurar que as altas lideranças e os colaboradores estejam na mesma página.

Para que isso ocorra, treinamentos internos são de grande valia, incluindo ações de vivências, campanhas de conscientização, dinâmicas em grupo, workshops e palestras, entre outros.

Um bom exemplo na área de Ações de Vivência é a Mentoria Reversa, em que os líderes são colocados em contato com funcionários de diferentes hierarquias, descobrindo novas formas de entender a Diversidade e aprender a partir delas.

Com isso, as novas políticas passam a se incorporar no ambiente da empresa de forma orgânica, crescendo a partir das experiências compartilhadas e alinhadas aos planos de ação previamente traçados.

5 – Engajamento das lideranças

Já ficou evidente que a promoção da Diversidade é uma tarefa complexa, e, portanto, não deve ser desempenhada por apenas um departamento, sob pena de fracassar em pelo menos uma das suas muitas etapas.

O êxito da iniciativa depende da coparticipação de profissionais de diferentes setores, com destaque para o envolvimento ativo das altas lideranças da empresa, sobretudo no caso das grandes corporações.

Esses líderes são os responsáveis, em primeiro lugar, por viabilizar um ambiente seguro que convida e acolhe cada colaborador a ser quem ele realmente é, afirmando sua identidade e abrindo espaço para a Diversidade.

E se os líderes dão o suporte para que a Diversidade floresça, na outra ponta do processo eles definem como essa Diversidade será caracterizada naquela empresa, ajudando a orientar as metas desde o primeiro momento.

CONCLUSÃO

No mundo organizacional, a Diversidade é um catalisador de transformações que geram impactos positivos na sociedade e na corporação, contribuindo para que elas se tornem espaços mais enriquecedores e produtivos.

É fundamental reconhecer a importância da Diversidade e estimular sua crescente valorização no universo profissional. No entanto, deve-se ter em mente que a representatividade é necessária não apenas nas posições intermediárias das companhias, mas também nos altos cargos de liderança, para que os grupos sub-representados possam impulsionar novas realidades e possibilidades inovadoras.

Mais do que um passo no caminho para o desenvolvimento, a Diversidade é uma jornada própria. Envolve seus próprios desafios e complexidades, se projeta através de diferentes tempos e pessoas, e carrega o poder de mudar seu entorno. Ela nunca será um objetivo de curto prazo. Então por que não começar agora?

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